quarta-feira, 28 de maio de 2014

David Lachappele



    David LaChapelle é o fotógrafo de celebridades mais célebre do mundo. Nos últimos 25 anos, suas imagens extravagantes e de cores saturadas estamparam capas de revistas, campanhas publicitárias milionárias e clipes de música pop premiados. De tal forma que, hoje, cobiçadas por galeristas de olho nos colecionadores que podem pagar US$ 30 mil por uma obra, suas fotos são familiares para qualquer um que leu revistas, assistiu à TV, comprou CDs ou foi ao cinema nos anos 1990.
    Nascido em 11 de março de 1963 em Hartford, Connecticut, David estudou Belas Artes na North Carolina School of the Arts até se dirigir rumo a Nova Iorque estudar simultaneamente na Arts Student League e na School of Visual Arts.
    Começou sua carreira na fotografia quando tinha 17 anos.  Andy Warhol lhe deu sua primeira chance. Andy Warhol criou uma revista chamada Interview  no final dos anos 60 e ele foi o primeiro cara a acreditar no trabalho do David. Ele fotografou pra Interview por muito tempo, sempre criando retratos absurdos dos personagens da revista. Aliás, a graça do LaChapelle é justamente essa: ele transforma em realidade imagens, ambientes, cenários e loucuras que provavelmente só existem na cabeça dele. As fotos dele são hipnotizantes, você olha e têm mil coisas acontecendo ao mesmo tempo, precisa observar a foto com atenção pra ver todos os detalhes e cada vez que você olhar, vai ver uma coisa que não tinha visto antes. Ele conta com ajuda do Photoshop, é verdade, mas todos os cenários que aparecem nas fotos existem de verdade, tudo é meticulosamente colocado no lugar certo para ficar legal na foto. As imagens dele não tem nada de espontâneas e demoram horas para serem feitas, por isso o resultado são surpreendentes.


    A temática de LaChapelle, além de única, é de tal forma peculiar que é fácil reconhecer o seu trabalho em qualquer parte. No seu trabalho, o absurdo e o exagero de cores, formas, pessoas e situações é constante. LaChapelle cria um mundo estático onde tudo tem brilho e tudo o que compõe a imagem está a posar para e a servir a foto, desde os próprios modelos até um acessório aparentemente sem importância como uma cadeira ou a sebe de um jardim. Tudo, até ao mais ínfimo pormenor é pensado num enquadramento de David LaChapelle.
    Todas as fotografias de Lachapelle contam como que uma história, visto que falam através de personagens que se encontram em situações muito peculiares. Todas essas personagens, têm algo de não-humano, como se fosse ascendência à perfeição através dos seus corpos incrivelmente brilhantes, poses e figuras perfeitamente esculpíveis, à semelhança das representações olímpicas da antiga grécia.
    Por norma, as imagens de David LaChapelle, são extremamente preenchidas, e recheadas de todo o tipo de acessórios e adereços que sirvam a personagem que ele fotografa. Esses adereços nunca são deixados ao acaso, constituindo, por outro lado, um elemento crucial para a narrativa da imagem.
    As personagens das suas obras nunca se encontram muito longe da objectiva, estão sempre apenas longe suficiente para que todo o seu corpo possa comunicar com a imagem. LaChapelle, tem por isso uma predilecção por planos americanos e por planos gerais. Outra característica comum, é o uso regular da profundidade de campo, especialmente nas fotografias de exterior.
    Nunca as personagens que integram as suas fotos se encontram numa pose amorfa, neutra, vertical. Ainda que estáticas, estas regularmente encontram-se abaixadas, dobradas, deitadas e muitas vezes com poses que se aseemelham às de um animal quadrúpede.
   
    A cor é o elemento mais essencial e mais marcante da fotografia de David LaChapelle. Tendo sido extremamente raras as vezes em que recorreu à imagem dessaturada, a complexa composição de LaChapelle é paralela à complexa composição cromática que marca a sua obra.
    Através de uma série de artifícios, o fotógrafo transmite às suas imagens uma cor e uma luz inexistentes no mundo real. As suas imagens, puras fantasias da perfeição, são povoadas por relva absurdamente verde, corpos que estrapulam cor e luz, vestidos rosa-choque e paredes interiores de todas as cores fortes possíveis.

    As suas imagens são ricas na saturação, intensas na luminosidade e constantes no contraste. A pele das suas personagens serve de mote para contrapor com a cor das paredes e objetos
que a rodeiam. Não é só Jesus Cristo que nas suas representações emana luz, essa característica é uma constante de todas as personagens que alegremente centram as suas imagens. As cores quentes que caracterizam o seu trabalho, transmitem uma sensação de conforto a quem as vê, e uma vontade de participar daquele mundo impossível. 

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